Recentemente, atendi um cliente que enfrentou uma crise por conta de uma postagem "opinativa" feita por um de seus funcionários no LinkedIn. O colaborador decidiu opinar sobre um assunto de grande repercussão, e muito delicado, em sua rede social pessoal. O problema? Sua opinião era burra e ofensiva. Acabou viralizando pelos motivos errados. Em poucas horas, o que parecia ser apenas um comentário desnecessário se transformou em uma bola de neve de críticas, ameaças de boicote e danos à imagem da empresa.
Vivemos em uma era em que as redes sociais amplificam vozes, dando a cada indivíduo a chance de expressar suas opiniões para um público amplo. E isso é legal! O problema é que essa facilidade vem com uma responsabilidade que muitas vezes é ignorada. E, infelizmente, não faltam exemplos de pessoas que se colocaram em situações desastrosas simplesmente por não saberem a hora de ficar longe das redes sociais.
Rússia invadiu Ucrânia?
Israel e Hamas se atacando pela milésima vez?
Banimento de rede social?
Desempenho dos atletas nas Olimpíadas?
Sim, pra tudo tem textão.
Mesmo que a pessoa não faça a menor ideia de onde fica a Ucrânia, não saiba nada da delicada geopolítica do Oriente Médio, não entenda nada de direito e sequer saiba que cavalo com alças não faz parte do hipismo. O importante é opinar.
E aí vem a pergunta: será que vale a pena? Será que vale expressar uma opinião apenas pela expressão? Será que vai realmente contribuir para alguma coisa? Ou será que é apenas um impulso de querer participar de todas as conversas? A verdade é que opinar sobre tudo e qualquer coisa pode apenas expor a falta de profundidade em determinados assuntos.
Mais do que nunca, é crucial que indivíduos e empresas entendam que a opinião pública não é algo a ser tratado de forma simplória. As palavras têm poder e, nas redes sociais, esse poder é multiplicado. Um comentário equivocado pode destruir a reputação de uma pessoa ou de uma empresa em minutos, algo que pode levar anos para ser reconstruído.
Portanto, antes de clicar em "publicar", pense: essa opinião realmente precisa ser compartilhada? Ela contribui para algo positivo? E, principalmente, eu sei do que estou falando? Se a resposta for não, talvez seja melhor guardar para si mesmo. Evitar a enrascada é, muitas vezes, a decisão mais sábia.
No caso do meu cliente, tivemos que agir rapidamente para conter os danos. Um pedido público de desculpas foi emitido e a crise controlada antes que causasse mais estragos. Sobre o funcionário, esse acabou perdendo o emprego. Mas a lição ficou: a rede social não é uma extensão do pensamento, onde tudo deve ser expresso. Ela é, na verdade, uma vitrine. E, como toda vitrine, o que colocamos precisa ser escolhido com muito cuidado.
O silêncio, em muitos casos, pode ser o maior sinal de sabedoria.
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